A cada dois anos, temos certeza de que haverá a Bienal de São Paulo, a Bienal do Livro e uma reportagem do Grupo Folha sobre o faturamento da Record. É batata.
Pode ser alguma fixação, típica dos que possuem algum tique nervoso ou problemas mais graves, como Síndrome do Pânico. Normal, não é.
O fato é que de tempos em tempos vamos ler uma matéria com a informação “sigilosa” que a Universal “colocou” tantos milhões na emissora, a título de pagamento pelo horário alugado nas madrugadas.
Esse tipo de furo (só que n’água) é publicado com ares de denúncia, mesmo o próprio texto informando que "a Record não é a única emissora que vende faixas de sua programação para terceiros, em especial, igrejas. Tampouco é a única que vende horário para a Universal."
Assim foi publicada a informação na coluna Ooops!, do UOL, pertencente aos mesmos donos da Folha de S.Paulo. Eles ficam repetindo esse fato a cada nova temporada de caça, talvez na esperança que os números se transformem em outra coisa além da verdade.
Tem se mostrado uma esperança inútil. É uma operação legal, transparente e de conhecimento de todo mercado. Mas eles insistem, a cada nova estação.
O que nunca lembram é que a Universal chegou a oferecer os mesmos valores pelo mesmo espaço na TV Globo. Proposta recusada, dentro dos direitos que o capitalismo reserva a todos.
O que chama a atenção é que esse tipo de, digamos, jornalismo é sazonal, coincidentemente ligado a tempos de crise e confrontos entre os grandes grupos de comunicação.
Desde domingo, a Record entrou numa batalha campal para denunciar um escândalo de verdade: a corrupção que tomou conta da CBF, encarnada na pessoa de seu presidente, Ricardo Teixeira.
Um dos grandes aliados do Teixeirão (e, por extensão, do esquema que está sendo investigado) é o manda-chuva do Corinthians, Andrés Sanchez. O mesmo que confessou em público ser amigo dos “gângsteres” que comandam a Rede Globo.
É um círculo que se fecha, não? Ou falta mais algum aliado? Como também tenho a capacidade de fazer elucubrações, por que não imaginar que o Grupo Folha, sócio da Globo no jornal Valor Econômico, se coloca a serviço da artilharia pesada contra a Record?
Nem acho que a Folha goste tanto assim do Ricardo Teixeira. Ninguém gosta. Mas me parece que são capazes de se juntar a todo tipo de gente. Desde que o inimigo seja comum.
Algumas pessoas chamam isso de guerra. Os mais cínicos, de jornalismo. Ainda bem que verdade é um evento constante, não vive ao sabor das bienais.
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